quinta-feira, 12 de agosto de 2010

DIÁRIO DE BORDO - MESQUITEIROS

11 de agosto de 2010

As 04hs estavam presentes eu, Débora, Jéssica, Mayra, Randerson, Bruna e Celli. Logo em seguida chegou a Verena. Fizemos a nossa roda inicial na sala de vídeo na qual o Randerson comentou sobre a sua peça “A gente pena mas não pára”, que estreará no sábado, 14, as 17hs na Igreja Santa Luzia. Combinamos de ir para prestigiar o nosso companheiro. Falei um pouco da minha viagem da FLIP, que fui trabalhar vendendo meus livros, a Bru reclamou da cólica na barriga e iríamos inverter, ir pro pátio, mas estava ocupado.

O poema “lavado” foi o Último Adeus, da Celli. O poema estava escrito todo em estrofes de quatro versos (quadras), rimando e muito bonito. Fizemos apenas uma sugestão de alteração na segunda estrofe e só. Gosto da Celli. Não tem preguiça de trabalhar o texto, buscar a melhor palavra, escreve “dolorido”. Pra mim, uma garota de futuro.

Depois, ela apresentou o seu rascunho sobre o exercício de escrever um texto relacionado ao Adoniran Barbosa, e fez uma resposta a música Trem das Onze. Ainda precisa ser acabado, mas está ficando bem legal. Sugerimos alguns versos mais “picantes”, já que a narradora diz que está sozinha e faz um convite para o rapaz ficar.

Randerson também apresentou um poema, estava ficando bem bacana até o meio do texto, quando sei lá, bateu a preguiça e um caboclo doido que parecia estar escrevendo um outro poema dentro do poema – rs. O Randerson prometeu corrigir.

Pedi a todos que fizessem a pesquisa sobre a vida e obra do Adoniran – suas músicas -, escolhessem aquela que mais lhe tocassem ou gostassem e desenvolvessem um texto sobre ele. Qualquer texto: poema, depoimento, diário, redação, conto, crônica, desabafo, xingamento. Qualquer coisa, importante é escrever, escrever, escrever. Depois a gente reescreve, reescreve, reescreve. E alguma coisa sai.

Outra atividade que eu pedi é que separassem um caderno, pequeno e a partir de hoje, todos os dias escrevessem nele. Podia escrever o que quisesse, quantas linhas quisesse, quantas vezes quisesse, no horário que escolhesse, sobre o assunto que fosse do seu interesse. Liberdade total. A única regra é: escrever todos os dias. No dia 08 de setembro recolherei os cadernos para leitura e... vamos ver.

Fomos para o pátio, fizemos nosso alongamento. Na sequência, passei os exercícios em dupla de Hipnose, Espelho e Briga de Palhaço. Tentei trabalhar principalmente a atenção na relação com o colega – criar uma ligação verdadeira com o outro, com qualidade – e a capacidade de concentração/atenção no que está fazendo.

Percebi que é um trabalho difícil. Quase todos dispersam fácil, alguns ficam um pouco vergonhosos ou travados pra fazer alguma ação (medo do ridículo?) e não conseguem concentrar e fazer as atividades da maneira que todo o corpo corresponda ao gesto solicitado ou executado. Trabalhar com todo o corpo é muito importante, pois quando vou ao palco, não levo apenas a minha voz, o meu rosto, ou a minha mão. Dependendo da situação ou da cena, o foco estará mais acentuado em um lugar, meu eu preciso estar inteiro na cena: me desligar de tudo, desligar de todos e estar ali, por completo. Não é algo fácil de se conseguir, é preciso tempo, paciência, disciplina, prática, ensaio. E é preciso empenho, atenção quando se prática, ensaia, certo?

Fizemos depois um exercício de improviso, na qual um integrante ficava por fora da situação (esquete) e depois tinha que situar onde estava, o que estava fazendo, quem era. Primeiro foi a Verena, uma policial próxima de usuários e o traficante de uma biqueira, e depois foi a Risadinha, sendo gerente de um supermercado. A Vê ficou um pouco tímida, sem saber como interagir na situação – o que é normal, já que foi uma das últimas a chegar no grupo – e a Risadinha sacou rápido quem era e entrou no jogo. Foi bom.

PAUSA PARA O LANCHINHO.

Depois do lanchinho, fomos a apresentação da Bruna e do Randerson. Ambos recitaram o texto que vão representar na peça: Bruna o Maria e o Randerson Coisas da Vida. A Brú está com o texto praticamente decorado, precisa apenas pensar o “Quem, Onde e O quê” para começarmos a construir a cena. O Randerson a mesma coisa, apesar de que já trouxe a idéia de que gostaria de fazer um Gari. A sugestão para todos é, além de decorar o texto, já pensar na construção da cena, de como apresentá-lo, figurino.


A Van chegou por volta das seis e pouco, a Gabi passou por aqui no final. Fizemos a nossa roda de conversa final e a avaliação foi de que foi um encontro produtivo, muito melhor do que os das últimas semanas, na qual tivemos que fazer uma séria avaliação sobre o posicionamento de cada um no grupo e o outro do qual a Van passou mal.

Fiquei feliz e acho que estamos caminhando bem na nossa preparação. As idéias estão fervilhando na minha cabeça, vou começar a compartilhar mais com o grupo para ajudar-me na condução, construção do espetáculo. A única preocupação é com o fator tempo mas, se formos organizados e tivermos disciplina, tudo vai dar certo. Ou melhor, no final tudo vai ser merda!

Rodrigo Ciríaco, 12 de agosto de 2010 – 15:10hs.

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